Arqueiros

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

De quando eu fui pai

E assim ele chegou
Frágil, simples, pequeno
Mas seu breve olhar penetrante
Comoveu a todos.

A cada passa dado
Uma nova conquista
E meu coração cada vez mais
Transbordava de alegria

A primeira volta ao mundo
Guiada pelas minhas mãos
O mundo colorido com sua inocência
Não havia guerra nem miséria
Apenas felicidade pura

Seus passos iam mais longe
Seu primeiro tropeço
Minha primeira desolação
Seu passo insurreto
Era uma adaga no meu coração

De uma alma pura
Passou a ser revolucionária
Percebia que não havia perfeição
E sua bravura crescia
Queria o mundo em transformação

Assim, aquele que chegara frágil e inocente
Partia ávido por mudança
Queria um mundo como o de sua primeira volta

As cartas era cada vez menos frequentes
Telefonemas raros
Minha aflição crescia
Pois outro tropeço eu não suportaria

Numa tarde de domingo
Ele regressou
Trazendo as marcas que tenho em mim
Os mesmo traços de dor
Os traços da vitória
As linhas do amor
As linhas do dissabor

Aquele olhar frágil, agora é forte.
Aquele olha inocente, agora desiludido
Mas foram não meu braços
Que ele encontrou o refúgio
E num aperto de carinho
Ele disse:
"Não mudei o mundo, ele que me transformou
Mas o meu amor pelo senhor, jamais se alterou"